O Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba lança, na próxima quarta-feira (5), o livro “Modernidade Caipira e o Modernismo de 1922 em Piracicaba”, obra do professor Fábio San Juan e do jornalista Romualdo da Cruz Filho. O lançamento ocorrerá em noite de autógrafo, agendada para as 19h30, no Senac Piracicaba, aberto ao público em geral com distribuição gratuita de 120 exemplares através de senha a ser retirada no local.
Edson Rontani Júnior, presidente do IHGP, diz que o livro surgiu após ter visto divulgação de roteiro turístico por onde passaram membros da Semana da Arte Moderna. Fábio e Romualdo, acompanhados da jornalista e guia de turismo Sabrina Franzol, no segundo semestre de 2022, centenário da Semana da Arte Moderna, realizaram através do Sesc visitas monitoradas ao Senac, Escola Sud Menucci, Museu Prudente de Moraes e Colégio Piracicabano, que possuem histórias ligadas aos modernistas. “Com uma história tão rica, por que não escrever um livro e deixar este registro para a posteridade?”, apostou Rontani. Logo a ideia foi aceita por Fábio e Romualdo. O resultado pode ser conferido nesta próxima quarta-feira.
San Juan diz que a obra fala da presença marcante de alguns dos escritores modernistas na cidade, na primeira metade do século XX, como Oswald de Andrade, que teve duas esposas piracicabanas, Julieta Bárbara Guerrini e Maria Antonieta d’Alkmin; Mario de Andrade (cuja mãe era piracicabana) foi fã do coral “Orfeão Piracicabano”, do maestro Fabiano Lozano, inclusive ajudando na sua promoção em apresentações feitas em São Paulo e no Rio de Janeiro, com artigos nos grandes jornais da época; e outras presenças, como Mario Quintana, que vinha à “Noiva da Colina” passear no jardim da praça José Bonifácio; de Menotti del Picchia, que pedia votos por aqui em suas campanhas para deputado estadual e federal; além das presenças de Sergio Milliet, Madalena Tagliaferro, Villa-Lobos e outros.
O livro fala também dos “modernistas piracicabanos”, ou melhor dos “modernos piracicabanos”, intelectuais – escritores, artistas, músicos, pedagogos, cientistas – que estavam sintonizados com a modernidade, mas que tinham pontos de vista às vezes convergentes com os modernistas, mas em sua maior parte, esteticamente conflitantes com os integrantes do grupo de Oswald e Mario. Nem todos piracicabanos de nascimento, mas formados na Escola Normal ou na Esalq, ou professores dessas instituições, figuras como Leo Vaz, Mario Neme, Sud Mennucci, Honorato Faustino, Fabiano Lozano, Marcelino Ritter, Breno Ferraz do Amaral, Cincinato Braga, Thales Castanho de Andrade, e vários outros que fizeram parte do chamado “Grupo de piracicabanos do Estadão”, que contribuíram para a construção pedagógica, cultural e científica do estado de São Paulo e também do Brasil, de 1900 a 1960.
SERVIÇO – Lançamento do livro “Modernidade Caipira e o Modernismo de 1922 em Piracicaba”. Dia 5 de junho, quarta-feira, às 19 horas, no Senac Piracicaba (Rua Santa Cruz, 1148). Evento gratuito. Distribuição gratuita de 120 exemplares distribuídos através de senha a ser entregue por ordem de chegada.