Câmara organiza as fotografias antigas do acervo
Departamento de Documentação e Arquivo faz limpeza, separação e catalogação do acervo fotográfico físico
Os fatos que marcaram época em Piracicaba estão preservados na Câmara de Vereadores de Piracicaba por meio de um rico acervo fotográfico conquistado ao longo dos anos. O desafio, agora, é o de tornar as imagens púbicas e, além de permanecerem disponíveis on-line, poderão ser utilizadas para consultas e integrar exposições de arte. O trabalho de limpeza, separação e catalogação é desenvolvido pela equipe do Departamento de Documentação e Arquivo.
Numa rápida análise do material, antes acondicionado em caixas, é possível encontrar algumas preciosidades em preto e branco. Caso da canalização do córrego do Itapeva (atual avenida Armando de Salles de Oliveira), iniciada em 1954 pelo prefeito Luiz Dias Gonzaga; a construção da Ponte do Morato, que passa sobre o rio Piracicaba e liga a área central à região da Vila Resende, iniciada na primeira gestão de Luciano Guidotti, em 1956; a colocação de linhas de bonde na rua Saldanha Marinho em trecho próximo à rua do Rosário, em 1948; e a cerimônia de inauguração do IHGP (Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba), em 1º de agosto de 1977, nos festejos pelos 200 anos da cidade.
O material de várias épocas está preservado, porém é preciso organizar os primeiros álbuns de forma adequada. Parte das fotos está colada, outras identificadas com caneta e algumas sem qualquer referência de contexto. Sobre tais procedimentos, o historiador Fábio Bragança, diretor do Departamento de Documentação e Arquivo, destaca as fases do trabalho: limpeza, separação e catalogação, sendo este processo o de busca de elementos para identificar ocasião, período, autor da imagem e pessoas fotografadas. Somente depois disso é que acontece a digitalização. “O nosso interesse maior, sempre, é o de possibilitar o acesso ao público, com o mote da transparência das atividades legislativas”, diz.
Uma das fases que exige atenção especial é a da identificação do contexto e das pessoas nas imagens. Quase sempre, a alternativa é verificar se ainda há alguém vivo e apelar para a memória, a partir do relato oral. “É um trabalho de entrevistas”, completa Bragança, ao citar como exemplo Antonio Messias Galdino, assessor parlamentar do vereador Carlos Gomes da Silva, o Capitão Gomes, e que ocupou a presidência da Câmara de 1975 a 1977, sendo o responsável pela inauguração do prédio na rua Alferes José Caetano, 834, no ano de comemoração do bicentenário de Piracicaba.
Diferente dos documentos em papel produzidos pela Casa, cujo início data de 1822, ano de fundação da Câmara, não há um marco estabelecido para a produção fotográfica. “Com o avanço tecnológico, a fotografia passou a ser algo importante para as instituições e cada uma foi se organizando, de acordo com as condições e realidades. Se a gente olhar para algumas Casas atualmente, ainda há as que não possuem Departamento de Comunicação ou profissional que trabalhe especificamente com imagens. Logo, o acervo, para estes casos, acaba sendo formado sem sistematização”, diz o historiador.
Sobre as atividades legislativas fotografadas no passado, é possível identificar no arquivo fotográfico da Câmara imagens da década de 70, sem a possibilidade de precisar quem as fez, pois no período não existia o Departamento de Comunicação. Para estes casos, são fotografias de eventos pontuais e eram considerados importantes, como as solenidades de entrega de Título de Entrega de Cidadão Piracicabano.
Conforme o repórter fotográfico Davi Negri, é a partir de 1989 que a Câmara inicia o que é hoje o Departamento de Comunicação Institucional, à época apenas denominado de Assessoria de Imprensa, e cujas atribuições estavam a ata eletrônica em áudio e vídeo das reuniões ordinárias, o suporte aos vereadores durante as projeções em slides e produção de fotografias de forma regular nos eventos da Casa. “Os processos mais modernos foram agregados de forma natural”, reforça Bragança, ao completar que trata-se de uma fase preliminar. Conforme o progresso das atividades, será possível descobrir quantas imagens integram o acervo.
Encerrada a análise do material físico, em papel, haverá a organização do arquivo produzido em máquinas digitais. Embora pareça simples, há fotografias em plataformas tecnológicas que já caíram em desuso, como os disquetes e zipdrives, e também a preocupação com o que está acondicionado em CDs, DVDs e HDs externos, mídias que possuem prazo de validade.
Bragança lembra que o Departamento de Documentação já possui um conjunto de fotografias digitalizado e que supriu, até o momento, as necessidades pontuais. Elas estão divididas por assuntos: colégios, comércios, estações ferroviárias, festas, igrejas, praças, personalidades, rio Piracicaba, ruas antigas, transportes, entre outros temas.
Texto: Rodrigo Alves – MTB 42.583
Fonte: Câmara Municipal de Piracicaba