Em 1987, água da província: é a antiga de 100 anos
Pesquisa de Noedi Monteiro, do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba
O texto abaixo foi publicado em outubro de 1987 no semanário impresso A Província.
Piracicaba nasceu a 1º de agosto de 1767 na margem esquerda do rio que lhe deu nome: Rio Piracicaba. Seu fundador foi Antônio Correia Barbosa, capitão e povoador. A povoação estabeleceu-se a 90 km rio acima do designado pelo capitão-general de S. Paulo, D. Luiz Botelho de Souza Mourão, Morgado de Mateus. O Povoado, em 31 de outubro de 1821 elevou-se a vila (Vila Nova da Constituição).
Em 11 de agosto de 1822 surgia a 1ª Câmara Municipal. A população estimava-se em quase 3.000 habitantes. O Município de Vila Nova da Constituição estendia-se até Bauru. Abrangia na sua vasta jurisdição terras que hoje correspondem a vários centros, cujas sedes são importantes cidades do interior paulista, a saber: Mogi-Mirim, Mogi-Guaçu, Dois Córregos, Brotas, Bebedouro, Descalvado, Jaboticabal, Pirassununga, Araraquara, Rio Claro, Araras, Limeira, Pitangueiras, Torrinhas, São Carlos, etc.
BICAS DA CIDADE
As bicas constituíam-se nas principais fontes de abastecimento de água dos primeiros núcleos do pequeno burgo.
As mais populares, eram: Olho de Nhá-Rita que ficava nas imediações de onde está o Teatro Municipal “Dr. Losso Netto”; bica da Moraes Barros com a Avenida Armando Salles (hoje); a denominada Santa Cruz do Aleixo nas proximidades do Dispensário dos Pobres (ou Rua da Bica); dos Protestantes onde está o Centro de Condicionamento Físico Sany S.C. Ltda. (na rua do Rosário): no fundo do Hotel Nacional com a sua Ulhôa Cintra e rua Francisco Cecílio Raya; da rua Silva Jardim conhecida por Reizinho; da Regente Feijó com Armando Salles: Pedro Rico: da Carmelitas, localizada atrás do Convento, na rua Campos Salles com Trav. Nossa Senhora do Carmo; do Aeroporto “Comendador Pedro Morganti”; Beccaria, nas imediações da estação da Sorocabana, em Vila Rezende; da Chácara Laporte, nas imediações do viaduto da avenida Dr. Paulo de Morais (exatamente no espaço reservado para instalação de circos e parques de diversões); Poço das Moças na avenida Alberto Vollet Sachs, no Córrego Piracicamirim, Nova América.
A da rua Monsenhor Rosa com Alferes José Caetano (pocinha), a da casa de Amâncio e a de Manuel Dias Ribeiro (encarregado da cobrança do pedágio davonte sobre o Rio Piracicaba foram as mais concorridas nos dias de Vila Nova.
Em 1824, o escrivão da Câmara Municipal (Antônio Carlos Bicudo) lavrou em ata o 1º termo relativo a água (1º livro de atas do Poder Legislativo, folhas 54).
Não faltaram tentativas da parte dos engenheiros Dr. Francisco Júlio Conceição (1879), do vereador Albano Augusto do Canto (1883), do Dr. Fernando de Mattos (1884) e da própria municipalidade para estabelecimento de um serviço de água à Cidade.
O serviço de transporte de água que servia à chácara do Coronel José Ferraz de Camargo (1884) reacendeu a velha aspiração da edilidade citadina, que há tempo, almejava prover a cidade de fornecimento domiciliar.
O crescimento e a projeção de Piracicaba assumiam proporções assombrosas. Em 1º de novembro de 1885, por fim, acrescentaram-se às bases para o serviço, João Frick e Gregório Gonçalves de Castro venciam a concorrência para implantação do serviço.
O primeiro passo estava dado.
fonte: semanário impresso A Província – outubro de 1987
Fonte: A Província – www.aprovincia.com.br