IHGP realiza estudos sobre imigração
Evento aconteceu na manhã de sábado, 19, na Biblioteca Pública Municipal, e marcou o lançamento do 9º volume da séria Famílias Brasileiras de Origem Germânica.
O Ihgp (Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba) realizou na manhã de sábado, 19, na Biblioteca Pública Municipal “Ricardo Ferraz de Arruda Pinto”, o evento “Estudos Piracicabanos sobre Imigração”, o objetivo era relatar como as diversas nacionalidades formaram a cidade ao longo dos últimos dois séculos e meio.
O presidente do instituto, Edson Rontani Junior e palestrante da imigração italiana disse que Piracicaba é formada por inúmeros imigrantes. “Piracicaba com 255 anos é formada por diversos imigrantes, principalmente os italianos, então há necessidade de passar para os piracicabanos todo esse trabalho feito no passado. Piracicaba tem imigrantes italianos, portugueses, sírios, libaneses, árabes, africanos, ou seja, uma miscigenação grande que fez com essa cidade fosse uma terra fértil, temos centros automotivos e empresas multinacionais se instalando, mas não podemos esquecer das pessoas que plantaram essa semente no passado”, enfatizou.
O advogado e representante da Federação Israelita do Estado de São Paulo, Marcelo Rosenthal, um dos palestrantes, falou da importância do Ihgp para Piracicaba. “É preciso que a sociedade valorize mais os institutos como Ihgp que faz um levantamento de dados da história de Piracicaba, e isso não é só um trabalho para mostrar para as gerações o que se passou, como também deixar um legado para as próximas gerações. Fui convidado para falar um pouco sobre a história da comunidade judaica em Piracicaba”, disse. Rosenthal relatou também que o primeiro judeu que chegou em Piracicaba foi em 1890, José Kardonski, como o nome dele era difícil de se pronunciar na época, ele mudou para José Cardoso.
Representando a comunidade japonesa, o palestrante foi o vereador Pedro Kawai (PSDB). “Evento importante que pensa no coletivo e não no individual. Piracicaba foi construída através de várias nacionalidades, desenvolvendo suas culturas, deixando a cidade com várias miscigenações. A comunidade japonesa tem mais de cem anos no Município, focando na agricultura, comércio, indústria, política, ou seja, em todos cantos tem um imigrante japonês que ajudou e compartilhou os seus conhecimentos e o crescimento de Piracicaba”, disse.
Sylvana Zein, nascida no Líbano, imigrou para o Brasil quando criança. “Os libaneses sabiam que vinha para América, mas não sabiam que viriam para o Brasil”. Muitos libaneses imigravam para o Brasil pelos incentivos de Dom Pedro II. “O imperador era um intelectual encantando pelo patrimônio cultural e científico dos libaneses”, explicou. A escolha dos imigrantes libaneses por Piracicaba foi pelo fato da simpatia e confiança da população. “Muitos libaneses montaram casas de comércio com produtos de qualidade e bom gosto”, disse. Sylvana relatou que os libaneses investiram muito na educação e cultura dos seus filhos. “Muitos se tornaram médicos, advogados, políticos, deixando o comércio em segundo plano”, enfatizou.
A programação incluiu palestra do Instituto Martius-Staden, de São Paulo, ministrada pelo seu diretor Mauritius Reisky Von Dubnitz e abordou os objetivos da instituição e o acervo disponível para pesquisas genealógicas.
Proveniente do Oriente Médio, Sameh Brglah, abordou a situação social da Síria. Ele é refugiado sírio tendo deixado seu país natal em 2012 devido ao conflito armado que dura até hoje. Desde 2015 ele vive no Brasil com visto oficial e cursa odontologia na FOP/Unicamp.
Mauritius Reisky Von Dubnitz agradeceu o convite do Ihgp para palestrar sobre a imigração alemã em Piracicaba. “Quero agradecer ao Edson Rontani, presidente do Ihgp pelo convite, e dizer que a imigração alemã no Brasil começou em 1824, mas somente 1847 os primeiros imigrantes alemães, suíços e austríacos chegaram em Piracicaba, para trabalhar nas fazendas de café”, enfatizou.
Também aconteceu o lançamento do 9º volume da série Famílias Brasileiras de Origem Germânica, publicado pelo Instituto Martius-Staden, cujo objetivo do livro é resgatar a genealogia dos primeiros imigrantes austríacos, alemães e suíços que contribuíram para o desenvolvimento e o crescimento de algumas cidades do interior paulista, como Campinas, Rio Claro, Piracicaba, Limeira, entre outras.
Fonte: Jornal de Piracicaba. Ronaldo Castilho. ronaldo.castilho@jpjornal.com.br